<i>Amorim</i> deve arquivar

A administração da Amorim Revestimentos, em São Paio de Oleiros, deve arquivar os processos disciplinares que moveu contra quatro trabalhadores, dois dos quais foram imediatamente suspensos, exigiu anteontem a federação sindical do sector. Para a Feviccom/CGTP-IN – na qual é filiado o Sindicato dos Operários Corticeiros do Norte –, os processos (que atingem um dirigente sindical) procuram «intimidar e reprimir a justa e legítima luta dos trabalhadores, que tem sido desenvolvida com muita unidade, firmeza e dignidade, e que assim continuará no futuro, sempre que os trabalhadores decidirem».

Os processos foram desencadeados no final da semana passada, alegando acontecimentos que teriam ocorrido durante a greve geral de 24 de Novembro, à qual aderiram 80 por cento dos trabalhadores. Mas no dia seguinte à greve a administração tinha garantido que o assunto estava encerrado. A União dos Sindicatos de Aveiro, da CGTP-IN, considerou que este processo é «uma atitude de retaliação pela luta que os trabalhadores têm desenvolvido nos últimos tempos contra a crescente intimidação, repressão e exploração».

Em solidariedade com os trabalhadores prejudicados, cinco representantes da CT e cinco delegados sindicais recusaram pegar ao serviço no dia da suspensão dos quatro visados. «Em vez de corresponder às justas reivindicações dos trabalhadores, o Grupo Amorim responde com mais intimidação, mais repressão e mais perseguição», acusou a União, lembrando que aquela entidade patronal «tem obtido lucros colossais à custa, fundamentalmente, dos trabalhadores, e tem recebido apoios públicos».

Na Assembleia da República, o deputado comunista Jorge Machado questionou, dia 13, o Ministério do Trabalho a este propósito (ver pág. 18). Na segunda-feira, 17, o deputado contactou na empresa os trabalhadores e os seus representantes.



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